O ano de 2023 já está aí e com ele chega mais um longo período de desafios para a área de Recursos Humanos, exigindo um robusto planejamento estratégico de RH que ajude a organização a atingir ou superar metas, crescer e lucrar por meio da equipe, porém zelando pelos direitos, pela saúde mental e física, pelo bem-estar e pela qualidade de vida desse grupo. A tarefa é complexa e exige atenção dedicada, já que ter o profissional certo na função adequada, devidamente motivado e engajado, impacta diretamente no resultado do negócio.
O que é um planejamento estratégico
O planejamento estratégico é um guia que mostra onde estamos, queremos e/ ou precisamos chegar e quais ações têm potencial de nos levar a esse objetivo. É fundamental que, neste plano, esteja prevista a quantificação de cada ação, ou seja, indicadores, métricas, porcentagens ou outros resultados possíveis de serem mensurados.
Quatro pilares de um planejamento de RH robusto
No planejamento estratégico de RH, assim como em todas as ações corporativas, a recomendação é que todos os passos sempre sejam dados com base em quatro pilares do negócio:
1. Missão
Na missão da companhia deve estar explícito, de uma forma clara e objetiva o que a empresa faz, para quem ela desenvolve seus produtos e/ ou serviços e qual é o seu público-alvo.
2. Visão
A visão da organização nada mais é do que quem ela deseja ser, para qual patamar ela caminha e por que ela merece e deve estar lá. Além disso, é fundamental destacar o que as pessoas, dentro e fora do negócio, ganham caso essa jornada seja bem-sucedida.
3. Valores
Esse tópico diz muito sobre a cultura corporativa, as crenças internas, o que realmente é praticado da porta para dentro da empresa. São fatores que tendem a nortear o comportamento de profissionais de todos os níveis hierárquicos.
4. Propósito
Mais do que simplesmente existir, uma empresa madura sabe que ela precisa, de alguma forma, importar para seus colaboradores, a sociedade e o planeta. Só assim o público interno e externo será capaz de criar uma real e sólida conexão com a marca. É o propósito o que inspira as pessoas a vestirem a camisa da companhia e/ ou se tornarem embaixadoras da marca de maneira espontânea.
Planejamento de RH: um recurso para mitigar quatro impactos negativos no negócio
Sem um planejamento estratégico de RH, as empresas correm o risco de cometer muitos erros nos processos de atração, recrutamento e retenção de talentos. Esses equívocos, no médio e longo prazo, tendem a gerar impactos negativos na rotina da equipe, da empresa e nos resultados do negócio.
1. Alta rotatividade
O planejamento de RH não vai garantir que a sua organização pare completamente de perder profissionais para o mercado de trabalho, mas vai contribuir para que os índices de rotatividade sejam mais saudáveis. Vale destacar que a rotatividade zero, em alguns casos, pode ser um perigoso indicador de comodismo, tanto por parte da equipe quanto do empregador. Um certo índice de turnover tende a contribuir para a geração de novas ideias no dia a dia. Afinal, é também nessa dinâmica de entrada e saída de pessoas que surgem importantes espaços para reorganização do time, dos processos e das ideias.
2. Prejuízo financeiro
Existem muitos investimentos financeiros nos processos de seleção, contratação, onboarding e de treinamento de um colaborador. Quando a contratação é equivocada ou quando a retenção não é feita da maneira adequada, a equipe de RH acaba se vendo em um looping ineficiente e oneroso de contratações e desligamentos, sem que o colaborador tenha concluído seu ciclo de aprendizagem e de retorno de investimento.
2. Sobrecarga e desmotivação da equipe
Sem um planejamento estratégico de RH corre-se o risco de ter uma equipe mal dimensionada, ou seja, com mais trabalho do que podem suportar. E todos sabemos que sobrecargas, além de causar desmotivação e prejudicar a saúde física e mental, ainda é um campo fértil para falhas humanas.
3. Queda da qualidade de produtos e serviços
Um colaborador desmotivado, não consegue trabalhar no seu melhor nível. Isso tende a impactar diretamente na qualidade de produtos, serviços e atendimento a clientes e fornecedores. No final, é o negócio que perde.
4. Abalo na imagem empregadora
Os profissionais estão cada vez mais atentos aos melhores lugares para se trabalhar. Existem pesquisas sobre o tema e sites especializados em coletar a percepção de funcionários e ex-colaboradores com relação às suas experiências em companhias de todos os portes e segmentos. É também por essa razão que as companhias devem ter atenção no cuidado com o time.
Para auxiliar os profissionais de Recursos Humanos nessa jornada de criar um planejamento de RH, listamos a seguir tudo o que você precisa saber sobre o tema.
Cinco mapeamentos para um planejamento de RH perfeito
Na prática, o planejamento de RH existe para ajudar a organização a manter ou elevar sua competitividade por meio de uma equipe engajada, motivada, produtiva, capacitada e satisfeita. Mas tudo de uma forma estruturada e com ações alinhadas às estratégias do negócio. Dentro desse contexto, na hora de elaborar um plano verdadeiramente estratégico, é fundamental que os profissionais da área de Recursos Humanos tenham no radar informações sobre cinco fatores:
1. A empresa
O ideal é que o RH esteja sempre a par de todos os planos de aquisição, expansão ou fusão da empresa, assim como as metas de negócio e produtividade. Com essas informações em mãos, a equipe poderá avaliar de uma maneira mais certeira problemas, soluções, pontos fortes e de melhoria dos processos de gestão de pessoas.
2. A equipe
Nem todo colaborador que apresenta mau desempenho é um profissional ruim. Às vezes, ele apenas foi escalado para uma função que não tem real aderência ao seu perfil, por exemplo. Alguns momentos específicos da empresa também exigem determinados perfis de profissionais. Isso exige que a equipe de RH tenha o constante mapeamento dos desejos, das necessidades, das expectativas e das capacidades de cada membro do time. Algo que pode ser feito, por exemplo, por meio de soluções de people analytics.
3. As lideranças
Um RH estratégico está sempre em busca de dados e informações. Nesse sentido, costuma ser muito rica e produtiva a proximidade dos profissionais da área com as lideranças para entender melhor o universo e as particularidades de cada pedacinho da empresa. Aqui, falamos de todos os níveis de gestão.
4. O mercado de trabalho e de atuação da empresa
A recomendação é que o profissional de RH se mantenha atualizado quanto aos movimentos do mercado de trabalho e de atuação da empresa. Assim, ele terá mais informações sobre as melhores práticas para atrair e reter os profissionais, além de orientar melhor os gestores no momento da definição do perfil a ser contratado.
5. O cenário do Brasil e do mundo
A jornada de uma empresa tende a ser muito impactada por questões externas, como o cenário político e econômico do Brasil e do mundo. Dessa forma, ao ter conhecimento dessas informações, o profissional de RH pode entender melhor quando é hora de iniciar, paralisar ou cancelar alguma assim. Também terá mais argumentos diante de possíveis reivindicações dos profissionais que não possam ser atendidas pela empresa.
Checklist: 10 tópicos que devem estar no seu planejamento de RH para 2023
Munida das principais informações dos ambientes internos e externos da empresa, coletadas no mapeamento acima, é hora da área dar início à estruturação do planejamento estratégico de RH. Anote aí tudo o que vai fazer o 2023 ser um sucesso no quesito gestão de pessoas:
1. Recrutamento estratégico
Não caia na tentação de preencher uma vaga na correria. Pense bem sobre o perfil desejado, as reais necessidades de trazer um profissional de fora e a possibilidade de promover ou movimentar alguém que já está no time. Será que a vaga pede um profissional permanente ou trata-se apenas de uma demanda emergencial que pode ser absorvida por um especialista temporário? Diante da demanda de um perfil muito específico ou da sobrecarga dos profissionais da área de RH, busque apoio de um parceiro especializado em recrutamento para ajudar o time nessa missão.
2. Remuneração justa
É fundamental que a organização ofereça um salário, no mínimo, igual ao praticado pelo mercado. Nesse estudo, tenha como base a mesma função em empresas concorrentes ou similares a sua. Do contrário, pode até ser que o seu negócio consiga atrair colaboradores, mas estes certamente sairão da empresa diante da primeira boa oferta de salário.
3. Benefícios diferenciados
Benefícios diferenciados são aqueles que fogem do comum, como assistência médica e odontológica ou vale-refeição e vale-alimentação. Mas não é só isso. São aqueles que merecem reconhecimento porque se destacam por considerar os interesses, as necessidades e as expectativas individuais de cada colaborador. Você já pensou, por exemplo, em oferecer créditos para viagens aos colaboradores? Seria uma forma de dar mais flexibilidade e poder de escolha ao colaborador, com a vantagem de ser algo simples para a equipe de RH gerenciar. Esse benefício é, inclusive, uma opção para pequenas e médias empresas.
4. Reconhecimento aos profissionais de destaque
Profissionais de destaque são, por exemplo, aqueles que apresentam um desempenho acima da meta estabelecida; solucionam questões desafiadoras com eficiência; concluem projetos importantes com sucesso; conquistam novos clientes; possuem um vínculo com a companhia há muito tempo; e atingem ou superam metas propostas. Em geral, esses profissionais são reconhecidos por meio de bônus, dias de folga, jantares ou almoços, ingressos para eventos e cursos, vale-presentes e objetos – medalhas, placas, canetas e relógios -, que, apesar do valor afetivo, muitas vezes, acabam esquecidos em algum canto da casa do profissional. Porém, ao premiar os colaboradores com crédito para viagens a empresa tem a oportunidade de marcar um feito da carreira do profissional de uma maneira inesquecível.
5. Treinamento e desenvolvimento
Acreditamos que a carreira deve ser um projeto individual de cada profissional, ou seja, ao longo da jornada ele deve manter atenção às necessidades de atualização e capacitação. Porém, deve fazer parte do planejamento estratégico de RH a facilitação para que o colaborador possa evoluir profissionalmente. Nesse quesito vale tanto oferecer bolsas de estudo quanto oferecer treinamentos internos ou firmar parceria com instituições de ensino para que os colaboradores tenham desconto nos cursos.
6. Política de conversas de feedback e feedfoward
Na tradução para o português, feedback significa retorno. No dia a dia de uma empresa trata-se de conversas em que os líderes sinalizam aos liderados se eles estão seguindo o caminho esperado pela companhia ou se há espaço para melhoria ou necessidade de ajuste e mudança de rota. Já o feedfoward refere-se a uma conversa sobre habilidades que o colaborador precisa desenvolver agora pensando na carreira futura. Seja na conversa de feedback ou de feedfoward, é importante que o gestor também abra espaço para que o colaborador exponha seus pensamentos e suas opiniões. No planejamento de RH pode estar determinado que esses bate-papos aconteçam, por exemplo, uma vez por ano. Mas nada impede que a conversa também aconteça sempre que seja necessário.
7. Gestão humanizada
A liderança por imposição ou ordem é coisa do passo. Hoje, os profissionais desejam ser vistos e respeitados como seres humanos. Por isso, é muito importante capacitar os gestores para que, além de cumprir metas e gerir o time, eles também saibam acolher e apoiar cada membro da equipe, contribuindo para o seu desenvolvimento profissional.
8. Cuidado com as pessoas e o planeta
Um planejamento de RH maduro não pode deixar de lado temas como ESG (Environmental, Social and Governance ou Meio Ambiente, Social e Governança) e DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão). É fundamental ter ações aplicadas ao dia a dia, inclusive com programas de conscientização dos times com relação a importância e às boas práticas relacionadas aos temas.
9. Pesquisa de clima organizacional
Um planejamento estratégico de RH precisa ter uma pesquisa de clima organizacional que funciona como um termômetro do ambiente de trabalho. Na prática, por meio de perguntas estratégicas, o RH consegue ter uma noção mais clara sobre a percepção dos colaboradores com relação a diferentes fatores que influenciam a qualidade do seu dia a dia no trabalho. Pode ser com relação à empresa, à estrutura, aos recursos oferecidos e ao relacionamento com líderes, colegas e clientes, por exemplo. Por meio dos resultados é possível entender quais ações de RH estão dando certo, quais precisam ser implementadas e onde há espaço para melhoria e ajuste.
10. Cronograma
Para que todas as importantes ações acima não fiquem apenas no discurso e no papel, é fundamental que o planejamento de RH seja estruturado com base em um cronograma. Nele devem estar todas as ações, com datas, responsáveis pelo projeto, indicação de quem vai contribuir com as tarefas e metas.
Caso você tenha interesse em agregar valor ao seu planejamento de RH, garantindo a satisfação dos colaboradores e sem gerar mais trabalho para a equipe de Recursos Humanos, o Férias & Co. está aqui para te ajudar.